Travessia dos Alpes (por Celso Duarte)

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Estávamos em Maio de 2008. Com poucas horas de vôo de experiência, e uma asa que já tinha dado o que havia para dar, mandei-me para Chamonix, sozinho. Em 3 semanas nos Alpes, apenas fiz 3 marrecas (marreca: acto ou efeito de descer compulsivamente após a descolagem) no único dia de Sol e vento fraco. Na 1ª descolagem, em alpino, fiquei com um ramo agarrado nos fios do manobrador. Umas pequenas bombadas e consigo tirar o ramo… e partir uma linha que ligava a três, ao bordo de fuga. Dei um nó à pescador (Isso! Ficou mais curto!!), e no 3º vôo/marreca, numa enroladela mais apertada e a contemplar o “Glaciar des Bossons”, faço um helicóptero sem querer, junto à encosta. Sem perceber bem o que se tinha passado na altura, arrumo tudo e digo a mim mesmo “voltarei, mas mais bem preparado“.

Era um pouco de sonho e muito de utopia, a ideia de um dia atravessar parte dos Alpes a pé e a voar. Pouca experiência e material muito pesado, eram desculpas de peso para esse sonho não passar de uma miragem. A experiência fui-a ganhando aos poucos, com alguns vôos em zonas de montanha com camaradas do mesmo vício, nos Dolomites, Himalaias e Pirinéus, e já há 2 anos que tinha o equipamento necessário para tão desejado “hike & fly”. Agora só me faltava arranjar os “COJONES”! As desculpas sucediam-se! Este ano até tentei arranjar boleia para lá. Podia ser que não arranjasse, e aí teria novamente uma desculpa. “Oh! Não arranjei boleia!!” Não estava a ser correcto para comigo mesmo. A vontade de ir estava sempre em conflito com a coragem de o fazer. Resolvi a questão, comprando o bilhete de avião. Pronto! Agora teria SÓ de arranjar os “COJONES”!

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